terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ao pé da letra...

A Clara ganhou uma boneca chorona no amigo secreto que fizemos com os jovens da Igreja. A Carlinha aproveita prá puxar papo:
- Que linda a sua boneca, Clara! Como ela chama?
- Ela não chama, tia. Ela só chora!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lições sobre discrição II

Domingo à noite, final de culto. Eu estava guardando meu microfone e pedi que a Carlinha, uma amiga muito querida, ficasse um pouquinho com a Clara. Quando terminei de ajeitar tudo, desci e fui procurar a pequena. Chega a Carla com um pacotinho embrulhado em papel toalha e a Clara com uma carinha meio assustada, sussurrando:
- Mamãe, eu tô sem calcinha! Eu fiz xixi na calcinha, mamãe! Eu tô desculpada?
A Carlinha me entregou a calcinha embrulhada no papel e explicou que a Clara estava apertada e acabou sentando no vaso sanitário antes de abaixar a calcinha.
- Não tem problema, filha. Você está de vestido, ninguém vai ver nada. Em casa a gente põe outra calcinha.
- Não tem problema, mamãe? - disse ela, aliviada.
- Não, Clara, não tem problema nenhum!
Ela, então, num gesto de libertação, ergueu o vestidinho e falou bem alto, no meio de todo mundo:
- Olha, gente! Eu tô sem calcinha! Num tem problema!
E chamava o pessoal prá ver:
- Olha, tio Mauro! Eu fiz xixi! Eu tô sem calcinha!
O Mauro e a Carla não se aguentavam de tanto rir! E eu, é claro, tive que me conter e fazer cara de brava:
- Num tem problema fazer xixi na calcinha, Clara, mas ficar mostrando esse bumbum branquelo no meio da Igreja já é um pouco demais, né, menina!?! Abaixa esse vestido!
E ela saiu, andou mais cinco ou sei passos e encontrou outra pessoa pelo caminho:
- Olha, tia! Eu fiz xixi! Eu tô sem calcinha...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lições sobre "ver"...

Nunca fiquei tanto tempo longe das crianças quanto nesta última semana. Foram 7 dias seguidos, uma saudade imensa e a vontade de ouvir a voz deles de minuto em minuto. Não quero nem ver como vai ficar a conta telefônica!
Em uma das ligações a Clara quis contar as novidades.
- Mamãe, mamãe, eu tilei foto de plincesa lá na escolinha!
- É mesmo, filha? Que legal! E você ficou muito linda?
- Fiquei muito linda, mamãe! Você quer ver?
- Eu quero! Quando a mamãe chegar em casa você me mostra?
- Não, mamãe, você quer ver agora?
É uma querida mesmo! Claro que eu queria ver naquele momento!
- Pelo telefone não dá prá mamãe ver, filha! A mamãe vai chegar logo, logo, e você me mostra.
Tarde demais. Eu só ouvia ela gritando "papai, papai, pega a foto prá mamãe ver". O Dê deve ter respondido que não dava prá ver pelo telefone, então ela reformulou:
- Então pega a foto prá mamãe escutar, papai!
Risos. O Dê deve ter pego só prá ver o que aquilo ia virar. E não é que, quando a Clara pegou a foto, começou a descrever como ela estava?
- Você tá escutando a minha foto, mamãe? Eu tô de chapéu, de vestidinho, de colar e de anel. Tô linda, mamãe?
Não aguentei e disse chorando:
- Tá muito linda, filha! Eu escutei direitinho essa foto!
Eu sempre me impressiono com o brilhantismo das crianças. Graças à Clara posso dizer que eu já escutei uma foto!