sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Os 7 pecados capitais dos pais (7ª dose)...

Outro pecado que os pais têm cometido, apesar de não reconherem, é o da gula. E não me refiro apenas à gula relacionada à comida e à bebida. As crianças de hoje estão “obesas de informação e anoréxicas de reflexão” (expressão do Prof. Dr. José Kuiava), fartas de “coisas” e carentes de afeição. A quantidade tem sido colocada em primeiro lugar e a qualidade, preterida, sempre fica em segundo plano. O excesso de peso característico dessa geração é apenas uma figura da nossa sociedade, inchada, pesada, farta, mas nunca satisfeita. É exatamente assim que um obeso mórbido se sente. Apesar de ingerir alimentos em grande quantidade, a fome nunca é saciada e o prazer pela alimentação transforma-se em sofrimento. Esse descontrole resulta em malefícios para o corpo e para a mente, assim como a perda da auto-estima. Os relacionamentos familiares não são diferentes. Para driblar a falta de tempo com os filhos, ao invés de investir na qualidade, os pais investem na quantidade. Temos, então, crianças com agendas lotadas: escola de manhã, programa de educação complementar à tarde, judô, karatê, balé, curso de inglês, informática, artesanato... Porém são raros os momentos em que os pais acompanham seus filhos nessas atividades. Em creches e escolas de Educação Infantil (mesmo particulares) é muito comum ver crianças que chegam às 7 horas dormindo e voltam para suas casas às 18 horas dormindo – e nos finais de semana ainda vão para a casa dos avós. É certo que toda atividade que promova o desenvolvimento físico, motor e psicológico da criança deve ser considerada benéfica para o seu crescimento, mas o que pode ser considerado mais importante para este desenvolvimento do que o contato com a família e o relacionamento saudável com os pais? Nossos filhos têm se tornado experts em jogos de computador, internet, filmes e desenhos, gulosos por novas fases, novas compras, novas aquisições, mas pouco têm digerido de tudo o que lhes damos. Falta-lhes um nutriente essencial: a atenção! Ninguém melhor do que os pais para ensinar a eles educação, respeito e ética. Somente desta forma as crianças crescerão tendo seus valores equilibrados na balança.

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